quinta-feira, 21 de março de 2013

O que é que eu visto em Abril?


Detesto o mês de Abril por uma razão muito prática: nunca sei o que hei-de vestir. Começa a ficar um tempo mais agradável, mas ainda não se pode usar alças. As camisolas até podem saber bem, mas já nem conseguimos olhar para elas. A roupa de inverno é mais escura e apetece-nos usar coisas mais claras. As botas já  começam a ficar quentes nos pés e ainda está muito frio para sandálias.
O sol brilha diretamente na minha cara branca e com olheiras. Se puser muita base já se nota, se sair assim para a rua sou a prima direita do fantasminha.
As lojas apresentam a nova coleção, a minha carteira apresenta-me revolta e ingratidão.  Reciclar já deu, não vai dar mais. O casaco preto já é cinzento, o branco já é creme.
Ainda não consigo me enfiar no 38 (pois é, não desisti da dieta), o 38 ri-se da perspectiva de colocar um biquíni  Há poucas coisas que me dão pesadelos, suores frios e angústia,  mas usar um biquíni é uma delas.
O mundo fica mais bonito, mas eu fico mais feia.
Odeio Abril, odeio-me em Abril. Podemos passar já para Agosto onde ficamos todos morenos, saudáveis e aparentemente felizes?
Creio que não, por isso vou dedicar um poema a Abril, na esperança que me ouça e me dê coisas boas, que de más já basta o Gaspar.

Abril.

Abril  de mágoas mil
Não tragas águas,
Não sejas viril.

Abril abençoado
Traz-me festas,
Já chega de fado.

Abril do meu coração,
Traz-me vestidos
E um novo roupão.

Abril endiabrado,
Traz-me dinheiro
E um namorado!

E é tudo por hoje! Beijinhos.










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