Quando a editora me disse para pedir a alguém que me apresentasse no lançamento, só me surgiu um nome: Marta Cavaco. Porquê? Por todas as razões e mais algumas. Porque conheço a Marta há muitos anos e ela nunca foi de fazer cedências. Gosta, gosta. Não gosta, critica. A Marta não faz cedências. E aquela que é simultaneamente a sua maior qualidade e maior defeito, é o preço que se paga pela sua amizade, que não me parece muito. Por isso, mais ninguém me poderia apresentar. E sem mais demoras, deixo-vos com o magnífico texto de Marta Cavaco. A única coisa injusta que este texto tem é que fala sobre mim, fraca personagem. De todo o resto, é perfeito. Obrigado Marta, agora e sempre, Obrigado!
"Boa tarde a todos.
Em primeiro lugar quero agradecer à Marisa a oportunidade
de me encavacar em público. E como tal para não fazer ainda pior figura, vou
ler. Fiquei bastante surpreendida por este convite, mas igualmente contente, de
modo que sinto que é uma honra estar a apresentar-te neste lançamento do primeiro,
espero eu, de muitos livros.
Apresentar a Marisa não é tarefa fácil. Percebi
imediatamente isso quando me ocorreram tantas coisas para dizer, mas embati
numa enorme dificuldade em alinhar as palavras com sentido e coerência. Mas já
que estamos entre amigos, vamos aligeirar a coisa.
Não sei contar
há quantos anos conheço a Marisa (talvez 10!), mas as amizades não se medem aos
anos, mas sim à quantidade e qualidade de momentos vividos. E se tempos houve
em que nos víamos todos os dias, outros tempos, como os de hoje vemo-nos a
espaços mais largos. Mas o tempo também não impede que a amizade sólida, que
julgo que nos une, se modifique no seu formato.
A Marisa é a pessoa a quem telefono porque me apetece
conversar, mas tão depressa estamos a conversar como me diz: vá agora vou
desligar que tenho que ir fazer "não sei o quê"! Se com outra pessoa
ficaria ofendida, não fico com a Miu - alcunha lendária atribuída pelo nosso
amigo TD, que fui coagida a nunca utilizar publicamente. Mas não nos foquemos
nas qualidades da Marisa enquanto amiga, cujo maior carinho que me diz frequentemente
é: “és tão chata!”. Sim, tomo-o como um carinho, porque com a Marisa posso sê-lo
à vontade, apesar de protestar, não preciso de ter cuidado porque se vai
aborrecer por eu passar um dia inteiro a perguntar quando é que se casa com o
Tiago Vinagre.
Uma das maiores qualidades da Marisa é a possibilidade
das pessoas poderem simplesmente SER, sem que haja um julgamento permanente, mas
mesmo que haja é sempre construtivo. Por isso se forem de direita, discutam à vontade
com a Miu, os argumentos são poderosos, as posições extremadas, mas no fim vai
tudo beber um copo. Não há quem se sinta intimidado, não há quem se sinta desconfortável,
porque esta Mulher põe toda a gente à vontade. E é pelas suas qualidades ímpares
que estamos aqui, reunidos. Porque a Marisa decidiu um dia alinhar as palavras
e elas decidiram saltar da internet para a folha de papel. E na verdade, não
foi só talento aliado ao trabalho que se encarregou de te colocar aqui sentada,
rodeada dos teus amigos e família, foi também e sobretudo a tua extraordinária
personalidade, que está estampada do início ao fim neste livro. Está lá tudo, a
tua honestidade, frontalidade e essa forma peculiar de olhar para o mundo, mas
principalmente de o descrever. Sem ti este livro não seria o mesmo. Dou-te os
meus sinceros parabéns e confesso o meu enorme orgulho em ser tua amiga.
E agora que já te ensaboei o ego para os próximos 10
anos, tenho créditos para as minhas qualidades enquanto pessoa mais chata que
conheces. Tenho a certeza que já plantaste uma árvore, escreveste um livro… costumam
dizer que há três missões na vida! "
Marta Cavaco
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