domingo, 11 de outubro de 2015

Agradecimento ao delinquente que me roubou a mala a noite passada




Caro Ladrão ou Ladra ou grupo de profissionais do crime.

Estou um bocadinho aborrecida pelo roubo da minha mala de ontem à noite. Não que ponha em causa o vosso trabalho, claro está, mas porque o vosso trabalho incidiu sobre a minha pessoa. Admito desde já a excelência do vosso profissionalismo, ninguém na mesa se apercebeu do roubo nem senti a mais pequena brisa enquanto o meu saco com todos os meus pertences me era extraviado. Mas é aborrecido ficar sem a chave de casa e do carro, sem dinheiro para pagar a conta e sem forma de ligar a ninguém. Até eram horas decentes, 00h30 , é de facto  bastante decente para um roubo. Mas foi chato ter de ir dormir a casa alheia e pedir dinheiro emprestado. Esperem, a parte do dinheiro não é assim tão chata. No entanto, não vos estou a escrever para me queixar mas sim para agradecer o abandono das chaves e dos documentos: foi muito agradável não gastar quase 1000 euros em chaves novas para o carro e foi muito bom poupar a manhã na loja do cidadão. Quanto aos cartões bancários lamento ter de os anular mas também depois de verem as minhas contas bancárias a vossa depressão seria maior que a minha. Quanto aos 15 euros que estavam na carteira espero que o tenham gasto em álcool ou outras substâncias, afinal estávamos na noite e a malta quer se divertir, delinquentes incluídos. Foi só aborrecido porque a noite estava a ser tão divertida, já me estava a arrastar para o plateau e, de repente, vou para a esquadra de polícia onde descobri que me chamo Marisa Figueiredo quer eu queira quer não. Também foi chato ir novamente à esquadra hoje, não porque os polícias não sejam amorosos (e foram), mas porque estava a começar o Portugal-Sérvia e isso é chato. Para terminar lamento terem roubado um telemóvel partido. Se me dessem mais uma semana tinham um com o vidro arranjado. Quanto às fotos também não são interessantes mas prometo, a partir de hoje, ser alguém mais interessante para o meio delinquente. Obrigado por abandonarem o saco com os meus documentos e desejo que o telemóvel vos renda algum dinheiro. Bjs. A roubada, Marisa.

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